A impressão em 3D no setor da construção
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A impressão em 3D é uma das novas tecnologias que todos conhecemos ou que pelo menos já ouvimos falar,  e que pode ser usada para construir quase qualquer tipo de objeto. A impressão em 3D na construção já é uma realidade e é algo que pode revolucionar este sector.

Terá futuro?

O que é a impressão em 3D?


A impressão em 3D na construção permite criar um objeto tridimensional, sobrepondo várias camadas sucessivas de materiais. É um método de construção muito versátil e é capaz de gerar desde elementos específicos até estruturas complexas, tais como espaços ou casas, estruturas modulares, paredes, escritórios, pontes, mobiliário urbano, elementos decorativos ou qualquer tipo de objeto.

 

O que se pode fazer com uma impressora 3D?

O seu processo de conceção é baseado em computador. Através de um software BIM ou CAD, a impressora 3D recebe toda a informação necessária para imprimir e a máquina começa a sobrepor os diferentes materiais, de acordo com as indicações do desenho, para gerar todo o tipo de objetos.

 

Como funciona a impressão em 3D na construção?


Camada por camada, a estrutura é erguida com precisão milimétrica, incluindo o reforço das paredes e tudo o que é necessário para conseguir uma casa acabada, até à tubagem das diferentes instalações. Uma vez terminado, é deslocado para o local escolhido e colocado sobre as suas fundações.

Desta forma, é possível construir uma casa de cerca de 100m2 num período de dois meses e meio, enquanto que a mesma casa, construída pelo método tradicional, levaria entre 7 e 12 meses.

 

Vantagens da impressão em 3D na construção


São inúmeras as vantagens deste método de construção. Identificamos algumas das mais relevantes:

  • Redução de tempo na ordem dos 70%;
  • Método mais sustentável e ecológico (devido aos materiais utilizados e à redução de resíduos);
  • Mais seguro (quase não há acidentes de trabalho);
  • Totalmente flexível na sua conceção.

 

Quais são as desvantagens da impressão em 3D?

Apesar das diversas vantagens já mencionadas, há ainda muitos desafios que precisam de ser superados para a impressão em 3D, no sector imobiliário, conseguir ter maior impacto no mercado. Destacamos alguns desses desafios:

  • Embora o custo de uma casa construída com impressão 3D seja mais barato do que uma casa tradicional, a maquinaria necessária para a construir é ainda bastante cara, tanto para comprar como para operar;
  • Esta indústria requer um elevado nível de formação para que os profissionais possam lidar com a tecnologia envolvida. Atualmente, ainda há pouca formação nesta área;
  • A atual legislação e regulamentação da impressão em 3D não está tão desenvolvida como deveria estar. É necessário estabelecer orientações claras sobre a sua implementação, a fim de se poder beneficiar de todas as vantagens desta técnica de construção.

 

Técnicas e tipos de impressão em 3D para construção


A extrusão é a técnica de impressão em 3D mais comum, pois pode ser utilizada em quase todos os ambientes. Este método cria um objeto por camadas de material, através de um ou mais bocais montados num suporte móvel. Os suportes de extrusão mais utilizados para a impressão em 3D na construção são os seguintes:

  • Braço robótico: Impressora controlada automaticamente, que permite liberdade de movimento e flexibilidade para programar múltiplas tarefas. O braço é capaz de imprimir de múltiplos ângulos, permitindo a realização de geometrias e curvas complexas, e possibilita a impressão em tamanhos maiores, em comparação com outros métodos de impressão 3D;

 

  • Sistema de pórtico: O método de contorno marca o início da impressão em 3D na construção. Este processo deposita material de construção para formar um modelo 3D e criar estruturas de grande escala com um acabamento superficial liso. Funciona por meio de carris, colocados à volta do chão do edifício, que servem de guia para orientar o braço robótico na aplicação de cada camada de betão.

 

Outras técnicas e tipos de impressão 3D

Há várias tecnologias disponíveis para a impressão em 3D. Diferem nas diferentes formas em que o material é tratado para criar peças. Os métodos mais relevantes são:

  • Impressão por injeção: A impressora espalha uma camada na secção da peça a ser formada. O processo é repetido até todas as camadas serem impressas e é o único que permite a impressão a cores;
  • Modelação de deposição fundida (FDM): Este método consiste em depositar um material fundido, camada a camada, sobre uma estrutura para a solidificar por meio de um laser;
  • Foto polimerização por luz ultravioleta (SGC): consiste na exposição à luz de um recipiente de polímero líquido. Isto endurece e solidifica, criando as diferentes camadas;
  • Estereolitografia: é a utilização de resinas líquidas foto poliméricas que solidificam graças à utilização de um laser ultravioleta. É utilizado para a produção de moldes, modelos e peças definitivas;
  • Fotopolimerização por absorção de fotões (SLS): O objeto 3D é criado utilizando um bloco de gel e um laser. Isto solidifica o gel na modelação e é uma técnica amplamente utilizada para imprimir pequenos detalhes;
  • Impressão de gelo: utiliza gelo como material e é uma técnica que ainda se encontra em fase experimental.

 

O futuro da impressão em 3D na construção


A possibilidade de construir casas num curto espaço de tempo, juntamente com a crescente preocupação ao nível da preservação do ambiente, são razões suficientes para encorajar as empresas a interessarem-se pela utilização da impressão 3D na construção.

O futuro da construção depende da utilização de materiais ecológicos, orgânicos e recicláveis, juntamente com uma redução na produção de resíduos e um aumento das condições de segurança dos trabalhadores, por forma a reduzir acidentes de trabalho.

E se a tudo isto acrescentarmos a possibilidade de o utilizador personalizar totalmente a sua futura casa, desde os materiais ao design e características, não há dúvida de que a impressão em 3D passará a fazer parte das habitações das gerações vindouras.

Na realidade, a impressão em 3D na construção é uma técnica que, se conseguir o desenvolvimento certo, poderá trazer inúmeros benefícios e será responsável pelas casas do futuro.

Resta-nos ficar a imaginar como serão as nossas cidades se este método passar a ser comum.

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